A Eco-Ansiedade também vai de férias?

A Eco-Ansiedade também vai de férias?

 

Já aqui falámos de Eco-Ansiedade, mas infelizmente este conceito parece que veio para ficar. Gerir férias, rotinas e sustentabilidade nem sempre é tarefa fácil. A minha experiência é prova disso e, por isso, partilho como aprendi a relativizar.

Já se sabe que vida de empreendedor é sempre incerta e as férias de agosto foram aos soluços. Este ano ainda não tive uma semana seguida de férias, mas fui tendo uns dias aqui e outros ali. Enquanto os pequenos andaram a desfrutar da companhia dos avós, nós fomos estando com todos um bocadinho de cada vez. Soube bem na mesma!

O tempo de preparação de férias acabou por ser curto e, sempre que isso acontece, sinto que temos de ir remediando.

E quando vamos de férias, o que mais queremos é descansar o corpo e descansar a mente. Eu pelo menos sinto isso e com dois filhos pequenos parece que essa é uma miragem longínqua! Independentemente disso, queremos facilitar estes dias em que normalmente não estamos na nossa casa e em que as nossas rotinas estão fora de controlo.

Há duas coisas de que não abdicamos nas nossas férias e que nos deixam descansados:

O nosso Kit Reutilizável, um indispensável de férias que está sempre preparado:

          Copo e marmita colapsável da Stojo, para não ocupar muito espaço

          Talheres

          Guardanapo de pano

          Snack’n’Go

Com este kit estamos preparados para uma refeição em qualquer lado e, acima de tudo, permite-nos levar take-away ou levar para casa o que sobra das refeições.

Neste mês de Agosto houve muita mobilidade da nossa parte nas viagens para o Algarve e é nestas alturas que valorizo muito a nossa opção de família de passarmos a ter carros elétricos desde 2015, quando o nosso primeiro filho nasceu. Claro que neste momento o custo do combustível está à vista de todos, mas porque tantas viagens teriam um impacto de combustão muito maior.

 

Lembro-me que, antes dos meus filhos nascerem, eu era muito rígida com algumas coisas que não facilitavam a minha vida e que me angustiavam. A Eco-Ansiedade não me permitia fazer diferente, porque isso seria castigar o ambiente.

Houve alturas em que me esquecia de levar a minha garrafa reutilizável ou, se ficava sem água, preferia não beber água, a ter de comprar água engarrafada. Ficava horas sem beber água se fosse preciso. Martirizava-me.

Não comprava iogurtes, nem bebida vegetal porque queria evitar as embalagens e pensava que depois faria em casa. Mas aparecia quase sempre um imprevisto qualquer, ou até planos melhores, e acabava por não os fazer. Martirizava-me.

Não comprava fruta porque não encontrava biológica ou porque não levava os meus sacos reutilizáveis. Depois, em casa sem fruta, acabava por comer outras coisas menos saudáveis. Martirizava-me.

Estes são pequenos exemplos de coisas simples, que algumas pessoas podem até pensar que são apenas tolices ou coisas sem valor, mas que em mim provocavam uma extrema ansiedade. Era uma forma de auto castração, que felizmente aprendi a relativizar com o passar do tempo.

Quando os meus filhos nasceram, esse foi o clique necessário ao meu discernimento. Percebi que não conseguimos controlar tudo e que há alturas em que temos de facilitar a nossa vida e a dos nossos. E, para mim, as férias têm sido um ensinamento porque estamos na casa dos avós e estamos sujeitos às suas próprias rotinas. Nem sempre são as nossas, mas não faz mal. O mais importante acaba por ser o tempo bem aproveitado na sua companhia.

Um dia não são dias e, se na maior parte do tempo, estamos a reduzir o desperdício, já estamos a fazer uma boa parte. De outra forma, será um peso nos ombros e uma culpa constante que teremos de carregar.

Há que viver com gratidão e não com angústia constante. Como digo sempre, a sustentabilidade tem de ser encarada com positivismo, para que consigamos andar de mão dadas todos os dias, sem nos cansarmos.