Biodegradável ou Compostável – Qual a opção mais sustentável?

Quando procuramos ter um consumo consciente e optamos por soluções mais ecológicas e amigas do ambiente, deparamo-nos com conceitos que nem sempre dominamos.

Quantas vezes já ouviste expressões como “biodegradável” e “compostável” e ficaste sem saber bem a diferença entre os dois? Ou até a achar que é tudo a mesma coisa? E as marcas, será que aplicam estes conceitos de forma correta aos seus produtos?

De facto, há cada vez mais pessoas a tentar diminuir a sua pegada ecológica, havendo uma preocupação maior no que toca à produção e gestão dos resíduos. Contudo, a informação sobre como o fazer da melhor forma e quais as escolhas mais sustentáveis ainda são muito difusas.

Para ultrapassar este problema, vamos falar-te sobre os conceitos de biodegradável e compostável e explicar-te as suas semelhanças e diferenças.

BIODEGRADÁVEL

Tudo aquilo que pode ser desintegrado pela ação de fungos, bactérias e outros micro-organismos pode ser considerado biodegradável. Assim sendo, a biodegradação pode ser encarada com um processo que acontece naturalmente e que, após a sua ocorrência, origina componentes simples como biomassa, água e dióxido de carbono.

Este processo está dependente de diferentes fatores, como é o caso da temperatura, da humidade, da luz, do tipo de solo, assim como da presença de micro-organismos, entre outras condicionantes.

Quanto melhores forem as condições reunidas, mais rapidamente um objeto se irá degradar. E este é um aspeto essencial a ter em conta: o tempo. De facto, o tempo que algo demora a decompor-se é fulcral na hora de perceber se é a opção mais ecológica ou não.

Vejamos dois exemplos simples. As cascas de frutas e legumes demoram apenas alguns dias a decompor-se. No entanto, os sacos de plástico ou as latas de alumínio podem demorar centenas de anos até desaparecer! Nesse caso, será que devem ser considerados biodegradáveis?

COMPOSTÁVEL

Já falámos anteriormente sobre a compostagem caseira e este é um termo com o qual todos nós já nos deparámos e que, inclusive, fazemos em nossas casas. Mas será que sabemos ao certo o que é um objeto compostável? E, para o ser, quais as condições que têm de ser respeitadas?

Dando um passo atrás, a compostagem consiste num processo biológico, que resulta na decomposição de matéria orgânica, da qual resulta o composto. Por outras palavras, a compostagem é o processo de reciclagem de resíduos orgânicos, para que possam ser reaproveitados como adubo.

Assim sendo, e comparando com a biodegradação, a compostagem tem duas grandes vantagens: o tempo de degradação dos objetos é francamente mais rápido e, do seu processo, resulta o composto, que pode ser utilizado para ajudar as plantas a crescer de forma forte e saudável.

No entanto, há um aspeto importante a ter em conta: nem todos os produtos compostáveis se degradam no processo de compostagem caseira. Na compostagem industrial, as temperaturas atingidas são muito superiores à compostagem caseira, havendo alguns objetos que só se degradam nestas condições.

Desta forma, quando compramos algo compostável, é necessário ler bem o rótulo do produto e perceber se o podemos colocar no nosso compostor caseiro no seu fim de vida, ou se tem de ser antes encaminhado para um centro de compostagem industrial.

QUAL A MELHOR OPÇÃO?

Como sempre, a opção mais sustentável passa por reduzir ao máximo o nosso consumo, recusar os descartáveis e reaproveitar ao máximo aquilo que já temos. Contudo, quando é necessário adquirir algo, os produtos compostáveis acabam por ser mais ecológicos, por três razões:

• Decompõem-se de forma natural, sem prejudicar o ambiente

• Demoram menos tempo a decompor-se

• A sua decomposição origina um substrato nutritivo, que vai ajudar a tornar as nossas plantas mais fortes e o nosso solo mais rico e fértil

Os materiais biodegradáveis, por sua vez, apesar de retornarem à natureza e de também poderem desaparecer, podem deixar resíduos tóxicos para trás. Nos materiais compostáveis isso não acontece, por já serem orgânicos.