Sustentabilidade nas Escolas

Sustentabilidade nas Escolas

 

A sustentabilidade nas escolas acaba por ser um tema um pouco sensível. Há quem acredite que o exemplo deva vir de casa e há quem ache que a responsabilidade é totalmente das escolas. Mas, na verdade, é um trabalho em conjunto. De facto, os nossos hábitos e comportamentos no âmbito da sustentabilidade (e da nossa edução no geral) são muito moldados por aquilo que aprendemos na escola, em conjunto com a educação familiar.

E no que consiste a sustentabilidade nas escolas? Deve ser mais uma disciplina a juntar ao currículo? Ou deve ser antes algo transversal?

 

A IMPORTÂNCIA DE DAR O EXEMPLO

Falando do papel das escolas na educação e na sensibilização ambiental, ensinar não basta, é também preciso dar o exemplo.

Se os alunos aprendem sobre a importância de reciclar, mas se a sua escola não faz a devida separação dos resíduos, que mensagem está a instituição de ensino a enviar?

Para que os alunos vejam em prática aquilo que aprendem sobre o meio ambiente, é essencial a sua escola dar o exemplo. Assim sendo, não basta um despertar da consciência ambiental, é preciso criar um ambiente no qual o aluno possa viver e experimentar o que aprendeu sobre a sustentabilidade.

 

DICAS PARA TER UMA ESCOLA SUSTENTÁVEL

 

Rever os descartáveis no refeitório: se os tabuleiros são lavados, há mesmo necessidade de colocar um papel a servir de individual? E a saqueta para os talheres, será essencial? A opção mais simples acaba por ser ter os diferentes talheres à disposição e cada aluno, professor ou funcionário retira aqueles de que precisa. Quanto ao pão, que tantas vezes se vê embalado em plástico, não será melhor encomendar a uma padaria local e pedir que seja entregue avulso? E para tentar reduzir o uso dos guardanapos de papel, não seria uma boa ideia desafiar a comunidade escolar a trazer o seu guardanapo de pano de casa?

Implementar pratos vegetarianos na cantina: seja Tofu à Lagareiro, Alho Francês à Brás ou até mesmo Pizza de Espinafres e Cogumelos, há tantas refeições vegetarianas saborosas e que vão fazer as delícias de todos. Ao criar a Segunda-feira Vegetariana (ou outro dia da semana) ou até mesmo com a disponibilização de um prato sem proteína animal todos os dias, esta é uma iniciativa que mostra como não é preciso comer sempre carne e peixe para uma refeição equilibrada, saciante e deliciosa. Para além disso, até pode ser o mote para os alunos começarem a pedir aos pais para replicarem em casa as receitas vegetarianas que vão provando.

Fazer a reciclagem: algo que pode parecer básico, mas será que todas as escolas têm diferentes caixotes do lixo que permitam fazer a correta separação de resíduos? Ao incentivar a reciclagem nas escolas, as crianças estarão também a levar estas boas práticas para casa e a incentivar a família a participar.

Criar uma horta: se a escola criar a sua horta, estará dessa forma a aproximar as crianças dos diferentes ritmos da natureza, a ensinar de onde vêm os alimentos e que há produtos da época.

Fazer compostagem: com uma horta a precisar de nutrientes, porque não ter um compostor na escola e ensinar que os resíduos orgânicos também podem ser reciclados, ao serem devolvidos à terra?

Criar hotéis para insetos: para atrair insetos polinizadores para a horta da escola, criar hotéis para insetos é um excelente ponto de partida.

Guardar a água da chuva: seja para a horta, para os jardins ou para as limpezas, porque não construir um sistema que permita guardar a água da chuva? Dessa forma, estará a ser guardado este bem tão precioso e cada vez mais escasso.

Incentivar ao uso de Porta-Lanches Reutilizáveis: seja uma peça de fruta, uma sanduíche ou até mesmo bolachas, muitos são os alunos (e também professores) que trazem de casa os seus snacks embrulhados em descartáveis. Em vez da película aderente, do papel de alumínio e dos guardanapos de papel, porque não incentivar ao uso de guardanapos de pano, caixas herméticas ou até de Bolsas para Lanches Reutilizáveis? No caso dos porta-lanches da Roll’eat, até há a possibilidade de personalizar com o logótipo de escola, por exemplo.

Reduzir o consumo de papel: sempre que imprimimos algo ou tiramos uma fotocópia, será que precisamos assim tanto desses documentos em papel? Infelizmente, em todas as escolas o papel acaba por ser utilizado sem necessidade. Sempre que possível, porque não substituir o papel pelo digital? É o caso das circulares, das listas de materiais, dos horários e até das autorizações para as visitas de estudo. Atualmente, todos estes documentos podem ser partilhados por email, poupando o abate de centenas de árvores.

Incentivar a criação de redes de boleia entre os pais: o carsharing e o carpooling têm cada vez mais adeptos na hora de ir trabalhar. Porque não pô-lo também em prática na hora de ir levar e buscar os miúdos à escola? Ao incentivar este tipo de iniciativas, a escola está a facilitar a vida de muitos pais e a reduzir o número de carros em circulação e as respetivas emissões de CO2.

Poupar energia: os gastos energéticos nas escolas têm um peso muito grande no orçamento e também no meio ambiente. Se está um dia de sol e a luz natural é suficiente, não há necessidade de acender as luzes. Para poupar a carteira e o planeta, devemos acender as luzes só mesmo quando necessário.

Controlar o desperdício de água: há torneiras a pingar? E os autoclismos estão continuamente a correr água? Se sim, devemos resolver na hora e controlar um eventual desperdício de água nas escolas.

Disponibilizar bebedouros: as garrafas de água descartáveis são uma verdadeira praga. Para acabar com as mesmas nas escolas, os bebedouros são uma excelente opção. Para além disso, os alunos podem trazer de casa a sua Garrafa de Água Reutilizável e enchê-la quando quiserem.

Criar com materiais reutilizados: nos trabalhos didáticos das escolas, incentivar à reutilização de materiais é uma ótima prática. A introdução ao conceito de upcycling pode ser feita desde cedo. Seja garrafas de plástico, caixas de ovos, rolhas de cortiça ou pacotes de iogurte, há tantas ideias divertidas para criar com estes materiais. A imaginação é o limite.

Plantar árvores: no Dia da Árvore, no Dia da Terra ou no aniversário da escola, qualquer altura é boa para plantar árvores e explicar a sua importância. Se houve algum incêndio no concelho em que a escola está inserida, também pode ser uma boa ideia apoiar com a plantação de árvores e mostrar desde cedo aos alunos o poder da solidariedade e do dever de apoiar a comunidade.

Despertar os alunos para questões ambientais: tendo em conta a zona em que a escola está inserida, devemos pôr em prática algumas dinâmicas que liguem os alunos à sustentabilidade desde cedo. Por exemplo, para uma escola na zona litoral do país, organizar limpezas de praia e sensibilizar desde cedo para a problemática do lixo marinho.

Organizar visitas de estudo que despertem para questões ambientais: é o caso de visitar aterros sanitários, ETAR’s ou Centros de Triagem de Resíduos, por exemplo.

Usar produtos de limpeza ecológicos: na hora de limpar as escolas, promover a utilização de detergentes amigos do ambiente.

Organizar uma feira de roupa em segunda mão: esta iniciativa irá promover a circularidade na comunidade.

Criar uma rubrica sobre o ambiente no jornal da escola: se a tua escola tem um jornal, porque não ter uma rubrica com diferentes dicas ambientais? Desta forma todos irão aprender algo de novo sempre que a lerem.

Promover lanches saudáveis: seja na cantina da escola ou até mesmo nos lanches levados para as visitas de estudo, muitas vezes vemos os habituais salgadinhos, batatas fritas e refrigerantes. Porque não substituí-los por panquecas de banana, sumos de fruta e vegetais e palitos de cenoura? O prático também pode ser saudável.

Combater o desperdício alimentar: em primeiro lugar, deve haver uma boa gestão na criação de refeições, para evitar o seu desperdício. Como acaba por haver uma margem de erro, pode ser uma solução pôr a escola em contacto com associações ou instituições locais que aceitem donativos de comida. O mesmo pode até funcionar para pessoas da comunidade que passem por dificuldades.

Partilhar livros e documentários sobre questões ambientais: os livros e filmes são uma boa forma de aprender e, muitas vezes, mais didáticos. Como tal, as escolas podem criar uma lista com os livros e documentários que aconselham e até mesmo estudá-los nas próprias aulas.

Repensar as listas de materiais: será que tudo o que os professores pedem é mesmo essencial? Não fará mais sentido focar naquilo que é imprescindível para o ano escolar em questão e mostrar que há soluções mais amigas do ambiente? Se procuras material escolar ecológico, temos diferentes opções na nossa loja online.

Trabalhar para receber a distinção de Eco-Escola: se grande parte das dicas acima forem praticadas pela tua escola, sabias que pode ser considerada uma Eco-Escola? Para além de ser um motivo de orgulho, esta distinção também leva a querer evoluir cada vez mais e a trocar dicas e boas práticas com outras Eco-Escolas.

 

Estas são apenas algumas dicas para alcançar a sustentabilidade nas escolas, mas que acabam também por chegar a casa dos alunos, professores e auxiliares.

 

Fonte:

https://circularcomputing.com/news/10-ways-make-school-sustainable/

https://www.weareteachers.com/green-school-tips/

https://olioex.com/schools-resources/11-ways-to-make-school-eco/